O Projeto Tamar está completando 35 anos de existência. Em comemoração a essa data festiva, o projeto está promovendo a soltura simultânea de 25 milhões de filhotes de tartarugas em várias praias do Brasil, um dia histórico que simboliza o alerta para a conservação desses animais ainda ameaçados de extinção. E Fernando de Noronha vai fazer parte desse momento.
Se você está na ilha, participe da ação que vai acontecer hoje (02), quarta-feira, na praia do Boldró, às 17h30min.
Para outras informações, acesse o site a seguir ou entre em contato pelos telefones: 81 3619-1174 ou 3619-1145.
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Texto do Projeto Tamar
“Você sabia que em uma só noite, no
auge do verão, o litoral brasileiro produz aproximadamente 25 mil filhotes de
tartarugas marinhas? Este número era impossível de imaginar no início dos anos
80! Pelo processo natural da vida dessas espécies apenas uma ou duas de cada
mil dessas tartaruguinhas vão sobreviver”, conta o oceanógrafo Guy Marcovaldi,
fundador e coordenador no Projeto Tamar.
Nada será como antes, pois tem muito
mais tartarugas no mar!!, comemora Guy Marcovaldi. E este é o principal motivo
das comemorações: muitos nascimentos significam mais chances de sobrevivência
para as cinco espécies de tartarugas marinhas que ocorrem em nosso país,
explica. Do Ceará a Santa Catarina, ficará para sempre na memória dessa geração
de aliados dos oceanos, que viu o sonho do início da recuperação das tartarugas
marinhas se tornar realidade.
Nova geração - Em
2015, como resultado do constante esforço do trabalho de conservação no
litoral, o Tamar comemorou a ocupação das praias brasileiras por uma nova
geração de jovens fêmeas de tartarugas marinhas, comprovando cientificamente o
início da recuperação dessas espécies em nosso país. Dados analisados de 2010 a
2015 indicam o crescimento de 86,7% no número de filhotes nascidos em relação
ao quinquênio anterior. Mesmo com a conquista, estimou-se que no último ano
apenas 7.350 fêmeas estiveram em processo de reprodução, número pequeno,
segundo Marcovaldi, mas uma grande vitória, já que no início eram poucas
centenas na iminência de desaparecerem.
Originado do Museu Oceanográfico de
Rio Grande com apoio dos órgãos ambientais federais, o Projeto Tamar constatou
que até o começo dos anos de 1980, a matança de fêmeas de tartarugas marinhas e
o consumo de quase todos os ovos por pescadores praticamente interrompeu o ciclo
de vida desses animais no Brasil. Em 1981, um pequeno grupo de oceanógrafos
conseguiu viabilizar o nascimento de 2 mil filhotes, e com a parceria da
Petrobras desde 1983 ampliou anualmente o número de tartarugas protegidas. Até
hoje, 25 milhões de filhotes já foram para o mar graças à proteção do Tamar.
Por fatores naturais, apenas um ou dois em cada mil vão sobreviver, pois mesmo
ao nascerem em segurança, é no mar onde passam a maior parte da vida e acontece
a maioria dos problemas que serão obrigados a enfrentar, até que em 30 anos
consigam atingir a idade adulta para começarem a se reproduzir.
As tartarugas marinhas que hoje se
reproduzem no Brasil precisam prosseguir em um mundo cheio de perigos, e por
isso esses animais ainda ameaçados de extinção precisam do apoio de toda a
sociedade. Redes de pesca, anzóis, degradação de áreas de desova, fotopoluição e a poluição dos oceanos, além
das mudanças climáticas, são os principais inimigos das tartarugas e podem
interromper a chance de recuperação das cinco espécies que ocorrem no nosso
país.
Projeto Tamar - Criado há 35 anos, o Projeto Tamar é uma soma de esforços entre a
Fundação Pró-Tamar e o Centro Tamar/ICMBio. Trabalha na pesquisa, proteção e
manejo das cinco espécies de tartarugas marinhas que ocorrem no Brasil, todas
ameaçadas de extinção: tartaruga-cabeçuda (Caretta
caretta), tartaruga-de-pente (Eretmochelys
imbricata), tartaruga-verde (Chelonia
mydas), tartaruga-oliva (Lepidochelys
olivacea) e tartaruga-de-couro (Dermochelys
coriacea). Protege cerca de 1.100 quilômetros de praias e está presente em
25 localidades, em áreas de alimentação, desova, crescimento e descanso das
tartarugas marinhas, no litoral e ilhas oceânicas dos estados da Bahia,
Sergipe, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Ceará, Espírito Santo, Rio de
Janeiro, São Paulo e Santa Catarina. Reconhecido internacionalmente como uma
das mais bem sucedidas experiências de conservação marinha do mundo, seu
trabalho socioambiental, desenvolvido com as comunidades costeiras, serve de
modelo para outros países. O Projeto Tamar tem o patrocínio oficial da
Petrobras desde 1983, através do programa Petrobras Socioambiental, o apoio do
Bradesco Capitalização, e nos nove estados brasileiros onde atua recebe
diversos apoios locais.
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