Em véspera de feriado (semana santa), pensar em Noronha como uma
"rota" é sem dúvida uma das melhores opções. Sou suspeito para falar,
mas ao rememorar a identidade natural de cada praia, crio rapidamente uma
sinfonia composta pelas águas, rochas, animais e areia do litoral noronhense.
Porque não dizer, criamos uma verdadeira obra de arte com nossas vivências em
cada uma das margens. Do mergulho no porto à calmaria na baía do sueste, cada
memória me faz reviver um imenso cardápio de emoções vividas neste ambiente
paradisíaco. Por falar em poesia, ou pelo menos em um pensamento poético, sem
pestanejar busquei uma imagem-texto que traduzisse tal sentimento. A escolha é
do filósofo, poeta e escritor português, Agostinho da Silva.
"Praia
Minha praia ardorosa e solitária
aberta ao grande vento e ao largo mar
tu me viste querer-lhe com a doce
piedade das sombras do luar
teus cabos se adiantam como braços
para abraçar as ninfas receosas
que fugindo oferecem sobre as vagas
suas nítidas formas amorosas
braços paralisados por desejo
que o mundo e sua lei não permitiu
ou suspendeu amor que livre jogo
maior que posse em fugaz tempo viu
e como vós me alongo e como tu
areia me ofereço a toda sorte
por sua liberdade ou por destino
que por só dela seja belo e forte".
aberta ao grande vento e ao largo mar
tu me viste querer-lhe com a doce
piedade das sombras do luar
teus cabos se adiantam como braços
para abraçar as ninfas receosas
que fugindo oferecem sobre as vagas
suas nítidas formas amorosas
braços paralisados por desejo
que o mundo e sua lei não permitiu
ou suspendeu amor que livre jogo
maior que posse em fugaz tempo viu
e como vós me alongo e como tu
areia me ofereço a toda sorte
por sua liberdade ou por destino
que por só dela seja belo e forte".
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